domingo, 21 de agosto de 2011

A Importância da organização do Espaço

“O conhecimento não provem, nem dos objectos, nem da criança, mas sim das interacções entre a criança e os objectos”. - Jean Piaget




Área" é um termo habitual na educação pré-escolar para designar formas de pensar e organizar a intervenção do educador e as experiências proporcionadas às crianças.

As áreas de conteúdo supõem a realização de actividades, dado que a criança aprende a partir da exploração do mundo que a rodeia. Se a criança aprende a partir de acção, as áreas de conteúdo são mais do que áreas de actividades pois implicam que a acção seja de descobrir relações consigo própria, com os outros e com os objectos, o que significa pensar e compreender.

 
A organização do espaço, no jardim-de-infância, reflecte as intenções educativas do educador pelo que os contextos devem ser adequados para promover aprendizagens significativas, alegria, o gosto de estar no jardim e que potenciam o desenvolvimento integrado das crianças que neles vão passar grande parte do seu tempo.

As áreas ou os espaços criados na sala do Jardim de Infância não são estanques. Pode-se e deve-se criar novas áreas indo ao encontro do interesse do grupo de crianças, mediante os projectos que se estiverem a desenvolver. As mudanças são feitas com o grupo. Desta forma familiarizam-se com o espaço e participam no processo de organização.




 






A Importância de Ler Histórias às Crianças

"O acto de imaginação é um acto mágico. É um sortilégio destinado a fazer surgir o objecto em que se pensa, a coisa que se deseja, de forma a dela se apossar."Jean Paul Sartre









Quem não se lembra de em pequenino gostar que lhe lessem histórias horas sem fim sem nunca dar sinal de cansaço ou de aborrecimento…transportavam-nos a um imaginário sem fim, onde tudo acabava em bem.



Quase sempre recordamos um avô ou alguém familiar que nos contava mil e uma peripécias antes de irmos dormir, de preferência à frente duma fogueira acolhedora e quentinha. Estes eram os serões de antigamente de quem vivia no campo. Mas também na cidade se vivia o espírito de contar histórias antes de ir dormir, talvez aconchegados no quentinho dos lençóis as crianças sonhavam com as suas histórias preferidas.



Nos nossos dias o não ter tempo para nada, apoderou-se da hora de contar histórias e essa prática foi perdendo-se por entre caminhos pouco claros. Hoje em dia poucas crianças têm o privilégio de ouvir histórias em casa, contadas pelos pais ou familiares próximos.



Esquecemos muitas vezes que através das histórias a criança forma o gosto pela leitura, enriquece o seu vocabulário, amplia o mundo de ideias e conhecimentos desenvolvendo a linguagem e o pensamento.



As histórias estimulam a atenção, a memória, cultivam a sensibilidade e isso significa educar o espírito, ajudam por vezes a resolver conflitos emocionais e, tão importante, estimulam o imaginário da criança.



Como recurso pedagógico a história abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar a si próprio e à realidade, por isso, vamos começar a ler mais histórias às nossas crianças.



Boas leituras!

















Brinquedos para crianças entre os 2 e os 3 anos


 
Estes são aqueles que os pediatras mais recomendam para esta fase:


Triciclo

Aos dois anos, quando as capacidades motoras e de coordenação estão em franco desenvolvimento, o seu filho vai adorar este brinquedo. Com ele irá desenvolver a sua «motricidade grossa, a coordenação mão/olho, o sentido de equilíbrio» e aumentar a autoconfiança, pode ler-se no livro «A Criança Feliz», de Chantal Gazal (Editorial Presença).



Puzzles

São adequados a partir dos dois anos e, ao estimular a criança a identificar aspectos semelhantes, ajudam a desenvolver a relação mão/olho e as capacidades mentais (análise, resolução de problemas, concentração).



Material de desenho e pintura

Por volta dos dois anos a criança já tem destreza para agarrar um lápis e fazer riscos. Aos três anos, explica Mário Cordeiro, na obra «O Livro da Criança», «o desenho e a pintura surgem como muito importantes para expressar ideias e conceitos que ainda não encontraram linguagem simbólica adequada.» Encorajam a criatividade e melhoram a motricidade fina, acrescenta o livro de Chantal Gazal.



Outras sugestões

Blocos de construção, bonecas, carrinhos, animais, objectos musicais, livros ilustrados, materiais de moldagem e colagem e teatrinhos.





















quarta-feira, 17 de agosto de 2011

2 anos a “Idade do Não”...

Desenvolvimento da criança (de 2 a 3 anos)

No próximo ano lectivo vou acompanhar o grupo dos "pinguins" no mundo dos dois /três anos. Ao nível do seu desenvolvimento, e depois destas férias no mimo dos pais, vão estar mais crescidos e com novas capacidades e aprendizagens. O "retrato" do desenvolvimento para as crianças desta faixa etária é apenas uma pincelada muito vaga e não acertiva, isto é, devemos ter em atenção que cada criança é única e por isso, o seu desenvolvimento é particular.
Não quer dizer que tenham de ter atingido este nível de desenvolvimento nesta faixa etária!!!


Segundo Piaget, aos dois anos a criança encontra-se no estádio Pré –operatório ou simbólico - intuitivo que se prolonga até aos 6 anos. Este estádio caracteriza-se pelo egocentrismo da criança. Nesta fase, a criança não consegue entender que as outras pessoas também têm o direito de pensarem e agirem de forma diferente da sua.  
Por outro lado, inicia o processo de auto – afirmação, opondo-se sistematicamente às ordens que recebe: é a chamada “idade do não”. Desta forma, a criança pretende demonstrar que é um ser independente e a negação é a sua arma mais poderosa.


As pessoas ou as coisas não têm de estar presentes para serem objectos de reflexão pois já estão mentalmente disponíveis para a criança. A capacidade de representação simbólica evidencia-se na linguagem, nos desenhos, nas imagens etc.



Este é um pensamento ainda muito vinculado à limitada experiência da criança.

Durante os dois primeiros anos de existência, a criança aprende a amar o outro; a dependência afectiva substitui-se à dependência física inicial. Através deste elo de dependência a criança descobre a necessidade de renunciar à satisfação imediata de todos os seus desejos e aprende a suportar algumas frustrações, a controlar a sua agressividade para conservar o amor dos outros.

Começa a entender as suas relações para além da mãe e do pai, aos irmãos e irmãs e às outras pessoas que frequentam a casa.

Apesar disto, para a criança de dois anos, a mãe continua a ser o centro da sua vida, pelo que por vezes tem condutas extremas que nos podem fazer lembrar idades anteriores, quando a criança parece ter a mesma dependência que um bebé de meses.

Assim, pode sentir-se muito angustiada quando a ausência da mãe é prolongada. Dada a esta dependência, é uma idade particularmente difícil, principalmente quando a criança inicia a pré – escola e a separação da mãe provoca na criança um desajuste emocional, instabilidade e insegurança.



Desenvolvimento Físico

• À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de saltar, andar ao pé-coxinho ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar;

• É mais fácil manipular e utilizar objectos com as mãos, como um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinha;

• Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a bexiga);

Desenvolvimento Intelectual

• Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Porquê?";

• À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física – trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo;

• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, é já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um breve período;

• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome";

• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma actividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos);

• A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos – progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo;

• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objectos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos);

 

Desenvolvimento Social

• A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras;

• Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a loiça, maquilhar-se, etc.

• É capaz de participar em actividades com outras crianças, como por exemplo ouvir histórias;

Desenvolvimento Emocional


• Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até à raiva frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e ajuda dos pais;

• Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção – podem dever-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz);


SINAIS DE ALERTA

• Adaptabilidade excessiva: retirada, passividade;

• Medo excessivo;

• Falta de interesse pelos objectos, pelo meio ou pelo jogo;

• Alterações de humor excessivas, bater ou morder de forma incontrolável;

• Birras prolongadas, com muito pouca tolerância aos limites impostos pelas figuras cuidadoras;

• "Consciência de si" muito frágil, que se pode traduzir na: dificuldade de tomar decisões; aceitação passiva das imposições dos outros; incapacidade de se identificar como "eu";

• Atraso significativo ao nível da linguagem: por exemplo, não é capaz de produzir frases simples (3, 4 palavras);

• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.